O exercício analisado é a EXTENSÃO DO COTOVELO COM HALTERE, também chamado nas academias de TRÍCEPS TESTA.
Lembre-se: braço do momento é a MENOR distância entre a linha da força e o eixo, atravessa o eixo e é perpendicular à linha da força.

IMAGEM 1
Na POSIÇÃO INICIAL do exercício, a linha da força está afastada das articulações, gerando braços do momento de tamanho similares tanto para ombro quanto para cotovelo.
IMAGEM 2
Nesta posição, a linha da força passa mais distante do eixo do que na posição inicial e, portanto, existe um grande braço do momento tanto para cotovelo quanto para ombro.
IMAGEM 3
Na POSIÇÃO FINAL do exercício, a linha da força está muito próxima da articulação do cotovelo e está passando através do eixo do ombro. Assim, praticamente não temos resistência para ambas articulações.
O que isso quer dizer?
Quando não temos braço do momento, não temos estímulo (a fórmula do torque é braço do momento multiplicado pela magnitude da força). Se não temos estímulo, não temos resistência!
Quanto maior for o braço do momento, maior será a resistência do exercício. Dentre as imagens acima, a que apresenta maiores braços do momento é a imagem 2, tanto para ombro quanto para cotovelo. E apesar de o ombro não se mover no exercício, a resistência oferece um grande braço do momento para flexão do ombro, o que estimula os extensores do ombro (nesse caso, de forma isométrica).
Com essas observações, podemos determinar que o PERFIL DA RESISTÊNCIA para o cotovelo será: "pesado" no início, mais "pesado" no meio do exercício e nada de resistência no final, o que resulta em um perfil - + 0.
DESAFIO EXTRA
O PERFIL DA RESISTÊNCIA nesse exercício está de acordo com o PERFIL DO ESFORÇO dos músculos dos extensores do cotovelo?
Em exercícios uniarticulares, o PERFIL DA POTÊNCIA leva em consideração a curva comprimento-tensão e o braço do momento do músculo para a articulação. Portanto, geralmente nos comprimentos contráteis longo e curto, temos MENOR capacidade contrátil, sendo esse declínio mais evidente no comprimento contrátil mais encurtado. No trajeto entre esses dois extremos, a capacidade contrátil aumenta. Dessa forma, o PERFIL DA POTÊNCIA dos extensores do cotovelo será - + -.
Se nosso PERFIL DA RESISTÊNCIA é - + 0 e nosso PERFIL DA POTÊNCIA é - + -, para os dois serem mais compatíveis seria interessante colocar um pouco de resistência na posição final do exercício, onde o braço do momento é zero.
Como podemos fazer isso?
A solução mais simples é finalizar o exercício com um pouco mais de flexão de ombro, pois aí o braço do momento para o cotovelo sai de zero e aumenta um pouco.
Saber manipular as variáveis do exercício é essencial para profissionais de educação física e fisiterapeutas.
MANUTENÇÃO DAS POSIÇÕES ARTICULARES PARA EFICIENTE CONTRAÇÃO MUSCULAR

Na imagem A, o indivíduo está executando a flexão dos cotovelos sem controlar a posição do ombro. Execução mais comum, observada nas academias.
O que isso interfere?
Lembre-se que o tríceps é um músculo biarticular (que cruza a articulação do cotovelo e do ombro) e que sua contração gera EXTENSÃO do cotovelo e EXTENSÃO do ombro.
Na imagem A (fase concêntrica) está ocorrendo a EXTENSÃO DO COTOVELO junto com uma FLEXÃO DO OMBRO. Já na imagem B, o OMBRO está PARADO, enquanto o COTOVELO ESTENDE.
Assim, na imagem A estamos diminuindo o desafio para o músculo do tríceps pois na fase concêntrica, em uma de suas extremidades ele está diminuindo o comprimento contrátil (cotovelo), mas em outra ele está aumentando (ombro).
Já na imagem B, o comprimento contrátil do tríceps na fase concêntrica apenas diminui, o que torna a contração mais eficiente.
Uma solução para auxiliar no controle das posições articulares do exercício e diminuir a exigência dos músculos ao redor do ombro é oferecer para o indivíduo um SUPORTE adequado. O ideal é que esse suporte se oponha a direção da resistência.
POSIÇÃO, MOVIMENTO e SUPORTE são variáveis a serem manipuladas na EQUAÇÃO DO EXERCÍCIO para a prescrição de exercícios mais eficientes.
